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Brechós: a nova onda de consumo consciente - Por Isabela Fontana e Vanessa Imai


Tradicionalmente os brechós foram estabelecimentos comerciais considerados bastante marginalizados, pois comprar vestes de segunda mão era visto como algo vergonhoso e reprovável pela sociedade Os itens usados eram vendidos nos brechós por preços simbólicos, sendo requisitados apenas por aqueles que não possuíam condições financeiras para comprar produtos novos. Além disso, adquirir um item em brechó era praticamente uma operação secreta, em que o local da compra jamais era exposto para outras pessoas.


As lojas de artigos usados foram, por muito tempo, assimiladas como espaços desorganizados e com pouca higiene. Muitos ainda tem aquela famosa memória de um local com cheiro de mofo e de roupa velha, onde os produtos não passavam por nenhum tipo de cuidado ou tratamento antes de serem postos à venda. No entanto, a ideia de brechó passou por uma reformulação, sendo agora considerado algo da moda e o hábito de consumir nesse locais uma atividades com vieses sociais, econômicos e ambientais.


De alguns anos para cá, os brechós vêm ganhando cada vez mais visibilidade, e a visão sobre eles vem se transformando drasticamente. Hoje, é possível dizer que os brechós estão “na moda”. Um primeiro motivo seria o fato de diversas peças dos anos 70, 80 e 90 terem sido trazidos de volta pelas grandes marcas, fazendo com que itens originais sejam mais valorizados do que as réplicas atuais, ganhando o status de item vintage.


Outra vantagem de se comprar em brechós é o baixo custo. Apesar desses estabelecimentos terem passado a ser mais valorizados atualmente, ainda é possível encontrar ótimas peças por um menor custo. Uma das maiores novidades foi a abertura dos brechós de luxo. Esses empreendimentos comercializam itens usados de marcas famosas, muitas vezes tendo em seu acervo itens clássicos e atemporais de marcas caríssimas, em bom estado, por um valor reduzido. Também, muitas celebridades aderiram a ideia, pondo a venda seus bens e usando o lucro para apoiar causas sociais, além de incentivar outras pessoas a adotarem um consumo mais consciente e acessível.


Outro ponto altamente levado em consideração pelos compradores de brechós é a questão do consumo sustentável. Segundo a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA), a indústria têxtil é uma das que mais polui e degrada o meio ambiente no mundo. A atividade demanda um gasto extremo de água. Um exemplo é que a produção de apenas uma calça precisa de 11 mil litros de água. Além disso, a indústria têxtil usa muitas substâncias químicas que seguidamente são despejadas no ecossistema, além de usar trabalho escravo nas produções.

Muitas pessoas estão realmente engajadas em reduzir os impactos ambientais provenientes do consumo, e a compra de itens de segunda mão é uma excelente alternativa para isso. Desta forma, reduz-se a quantidade de peças que vão para o lixo, e também a produção em massa de novas peças, que em pouco tempo também seriam jogadas fora.


Por fim, é válido analisar que o consumismo exacerbado e sem controle tem trazido péssimas consequências para a sociedade e para o meio ambiente. Dessa maneira, novas ideias e hábitos de consumo mais responsáveis devem ser disseminados a fim de tentar impactar os consumidores. Pequenas mudanças de costume através da conscientização do consumidor é o primeiro passo para manutenção da vida nas próximas gerações.



Isabela Fontana Silva

Vanessa Mayumi Imai




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