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Visão mercadológica dos Reality Shows e suas cautelas necessárias – Por Mario Marcon

Os reality shows são programas de televisão em que um determinado número de pessoas com diferentes personalidades, diferentes realidades, diferentes culturas, são isoladas em um local e competem entre si semanalmente para manter-se no programa, enquanto são realizadas eliminações semanalmente, até sobrar o campeão ou campeã. A partir disso, além de um simples programa de entretenimento os reality shows são também uma fonte de estudo para a análise da sociedade.


Na sociedade nós temos o costume de nos aconchegar em bolhas sociais de pessoas que pensam e agem da mesma forma e possuem realidades similares. O reality show busca pegar pessoas de bolhas sociais diferentes e isolá-las em um ambiente competitivo para que essas relações de interação entre bolhas causem conflitos e com isso gere audiência. Entretanto, além de um mero entretenimento, o programa pode ser utilizado para compreender como o ser humano age de diferentes formas em situações de conflito entre elementos socialmente diferentes.



Em um ambiente com tantas diferenças entre os envolvidos e em uma situação de competição assídua e isolamento total do mundo externo, as relações sociais são levadas ao extremo. Ainda mais quando tudo está sendo gravado e exposto para milhões e milhões de pessoas. Com isso, os espectadores passam a ser juízes e donos da razão e verdade para julgar cada comportamento dos participantes. O “cancelamento” tornou-se muito comum com os membros de programas, principalmente na internet. Ações e comportamentos julgados pelo público como errados, viram uma justificativa para o linchamento e exclusão social dos envolvidos.



Agora analisando de um ponto de vista mercadológico, os reality shows têm um grande risco ao relacionar suas marcas a estes programas. Riscos que podem ser positivos, mas também negativos. Com a gigantesca audiência dos reality shows a exposição da marca para o público é enorme (a Globo arrecadou cerca de R$530 milhões apenas na edição do Big Brother 21). Entretanto, ao investir milhões de reais em patrocínios as marcas estão correndo o risco do cancelamento tanto quanto os participantes. Cabe às empresas patrocinadoras saber lidar com muito zelo e cautela as polêmicas que ocorram, sabendo como e quando se posicionar em cada caso.


Ao patrocinar o programa as empresas associam sua marca com o reality. Caso ocorra alguma polêmica muito controversa, a empresa tem que ter um posicionamento forte para que a audiência não associe por omissão a sua imagem como complacente de tal polêmica. O ponto principal do reality show é a linha tênue entre o enorme potencial de sucesso e o enorme potencial de cancelamento, tanto para os participantes quanto para as empresas. E é nisso que está a estratégia e a força psicológica do programa, como superar condições adversas ao mesmo tempo em que estabelece uma boa imagem perante o público. O reality show gera uma tensão tanto para os participantes quanto para os patrocinadores.



Mario Luis Dellalibera Marcon







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