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O Declínio da Netflix - Eduardo Seiji Yabiku


Você com certeza já ouviu falar ou conhece a Netflix, empresa precursora da indústria de streaming com milhares de assinantes por todo o globo, correto? Por muito tempo a plataforma demonstrou um bom desempenho, expandindo desde o número de assinantes até o market share da empresa. Porém, agora em 2022, a gigante vem passando por um período conturbado que não se sentia há mais de uma década.


No mês passado, em abril, a Netflix anunciou ao público que havia perdido cerca de 200.000 assinantes no primeiro trimestre de 2022 e possuía previsão de perder mais 2.000.000 no segundo trimestre. Essa situação acarreta em uma série de malefícios para a empresa, como por exemplo a redução de seu valor de mercado, que já totaliza mais de US$ 42 bilhões, juntamente com a queda do preço de suas ações e demissão de funcionários a fim de minimizar gastos.


Tendo isso em vista, listamos alguns dos principais motivos que tem contribuído para o declínio da gigante dos streamings:


1. Preços elevados

Atualmente, a Netflix ocupa o 1º lugar como o serviço de streaming mais caro, contando com o plano mais básico a R$ 25,90/mês e o mais completo a R$ 55,90/mês. A HBO, a título de exemplo, leva a 2ª colocação de maior preço, porém sendo seu valor um pouco menos da metade, R$ 27,00 mensal.


2. Conteúdos

Por muito tempo a Netflix foi detentora de um gigantesco catálogo de filmes e séries, mas proveniente de outras produtoras. Com a independência desses estúdios ao criar suas próprias plataformas de streaming, a Netflix perdeu vários títulos de sucesso de seu catálogo, como o universo de Harry Potter, produções da Warner Bros, entre outros.


3. Concorrência

Como visto no tópico anterior, a Netflix perdeu uma boa parte de seu catálogo com a chegada de grandes nomes no mercado, como Disney Plus, HBO Max, Apple TV+ e Prime Video, iniciando uma concorrência ainda mais acirrada por assinantes.



4. Abrandamento da Pandemia

O início da pandemia contribuiu com um crescimento de aproximadamente 26% para os serviços de streaming em geral. Contudo, com as medidas de isolamento social estarem sendo cada vez mais afrouxadas, as pessoas têm passado menos tempo na frente das telas. Inclusive, se tratando de tempo, o público está aderindo cada vez mais aos conteúdos curtos trazidos por plataformas como TikTok e o Reels do Instagram.


5. Marketing:

Por último, um outro problema é o alcance limitado e mal administrado do marketing da Netflix. Os seus concorrentes costumam lançar seus conteúdos por meio de canais e plataformas diferentes, permitindo a diferenciação de produtos da marca. Já a Netflix não faz isso, seus títulos novos acabam chegando e ficando tudo um ao lado do outro. Isso faz com que os clientes tenham a impressão de que a plataforma não possui padrões reais de qualidade ou visão consistente.


Tendo isso em vista, a empresa anunciou recentemente a ideia de incluir anúncios publicitários para dentro de sua plataforma, com o objetivo de tentar recuperar o capital perdido junto de seus assinantes. No entanto, essa estratégia já não foi muito bem recebida pelo público, o que pode acabar gerando um efeito contrário ao desejado.


Apesar da situação está complicada para a empresa, a Netflix ainda conta com mais de 200 milhões de assinantes por todo o globo, superando, neste aspecto, todas as outras plataformas de streaming. Portanto, o cenário ainda não indica que a empresa vai sair do negócio ou perder sua grande fatia de mercado referente aos streamings. O futuro da Netflix, apesar de parecer turbulento, ainda é incerto.


Eduardo Seiji Yabiku


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