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  • Foto do escritorMarkEsalq USP/ESALQ

Muito mais que uma data comercial - Por Gustavo Rodrigues


Diversas áreas do conhecimento, como a História, Antropologia, Psicologia, Sociologia e a Psicanálise se interessam e realizam estudos e investigações sobre a maternidade. A maternidade possui diferentes símbolos e significados em diferentes civilizações. Por vezes, é considerada como uma experiência árdua e dolorosa, contudo em nossa cultura ocidental, a maternidade, mesmo com todas as suas lutas e dificuldades, quase sempre é vista com bons olhos.


O dia das mães foi criado em maio de 1905 pela estadunidense Anna Jarvis, como homenagem à sua mãe. A princípio, a data não tinha nenhum cunho comercial, a intenção original do movimento era proporcionar o fortalecimento dos laços entre a família e criar uma ocasião onde os filhos pudessem prestar homenagem às suas mães. A motivação de Anna foi o falecimento da mãe, que a deixara naquele mesmo ano. Com isto, em 1910, o estado da Virgínia Ocidental foi o primeiro a reconhecer oficialmente a data.


Concomitantemente, à vitória de sua luta, Anna se arrepende porque o dia das mães se torna, então, uma data extremamente popular e lucrativa para os comerciantes. Atualmente, pensar no dia das mães como uma data meramente comercial é corriqueiro. Ainda, há quem empregue a máxima: “dia das mães são todos os dias”, mas do ponto de vista comercial, sabemos que não é verdade. O dia das mães é uma das datas mais lucrativas do ano para os comerciantes, perdendo somente para o natal e para o dia dos namorados.


O dia das mães aumenta exponencialmente as vendas de quase todos os tipos de produtos. Ao realizar-se uma pesquisa rápida, nos depararemos com resultados como: “Aumente suas vendas no dia das mães”; “Saiba o que vender neste dia das mães e saia do óbvio”; “5 dicas para vender mais no dia das mães”, entre outros exemplos que seguem o mesmo roteiro. A história conta que em 1923, Jarvis bradou a um repórter que não criou o dia das mães para ser uma data lucrativa. Anna Jarvis faleceu em 1948, mas se estivesse presente para contemplar como o dia das mães, em parte, perdeu muito de seu real significado, ficaria ainda mais decepcionada.



cestas de café da manhã.


Em contraponto a exclamação de Jarvis, particularmente acredito que o dia das mães não tenha perdido de todo a sua essência. Ainda é cultural no Brasil as crianças prestarem homenagens às suas mães nas escolas ao som de “Assim sem você” de Adriana Calcanhoto. A psicanálise acredita que a mãe seja o primeiro afeto de todo ser humano. Presentear, é apenas uma das muitas formas de linguagem do amor. A data é apenas a ocasião para se dizer além das palavras, que o amor transmitido por uma vida, não passa desapercebido.



Dedicado à Fabiana, melhor mãe do mundo!


Gustavo Ferraz Rodrigues.




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