Ao se falar em mercado, são determinados aos produtos, padrões de qualidade a serem seguidos, e no agronegócio não é diferente. Para a padronização de frutas, legumes e vegetais, são exigidos integralidade da mercadoria, tamanho e coloração específica. Dessa forma, diversos deles se tornam refugo e acabam sendo desperdiçados por não se enquadrarem em tais parâmetros.
No caso da maçã, o seu valor de mercado é depreciado quando não é atingido um tamanho ideal. Portanto, uma grande quantidade da produção é descartada somente por não atingir as dimensões exigidas. Entretanto, visando um melhor aproveitamento desse descarte, a empresa Fischer S.A. desenvolveu uma marca infantil para a comercialização de maçãs pequenas para esse público e, dessa forma, as reintroduziu no mercado, agregando valor a este produto de forma sustentável. Outro exemplo são as cenouras baby, cenouras que não atingem a espessura para consumo tradicional, são picadas e torneadas por uma máquina a fim de torná-las pequenas e arredondadas, atraindo o público infantil e podendo ser consumidas como snacks.
O marketing infantil atinge cada vez mais diversos meios de propaganda e tem se tornado uma ferramenta imprescindível para o mercado. As crianças estão mais conectadas, com acesso a televisão e internet, respondendo cada vez mais as publicidades, prezando por produtos que sejam familiares a elas e que tenham alguma ligação com sua infância, ainda que necessitem de orientação e recursos de seus responsáveis.
Esse marketing faz uso de recursos como linguagem infantil, cores vibrantes, músicas infantis, efeitos especiais e muitas vezes associam produtos e serviços com personagens famosos do mundo das crianças. Ainda pensando no caso da empresa Fischer S.A., tem-se o uso da imagem da Turma da Mônica em produtos como maçã, pera e kiwi, fazendo uma ligação entre alimentação saudável e o cenário infantil.
As maçãs pequenas e as cenouras baby são um exemplo bárbaro de como estratégias de marketing criativas podem agregar valor a produtos que seriam descartados pelo mercado normal. A sacada de transformar frutos e vegetais pequenos, pouco valorizados pelo consumidor, em produtos para o público infantil, além de inteligente, foi uma ideia extremamente sustentável.
Cenouras finas e maçãs muito pequenas, antes comercializadas por preços menores ou muitas vezes jogadas fora, agora são vendidas higienizadas em embalagens para pronto consumo. O objetivo é reduzir o desperdício de produtores e gerar retorno através de produtos fora do padrão exigido.
Nesse caso, é evidente como um investimento em marketing e uma ideia inovadora puderam gerar uma necessidade de consumo do mercado e agregar valor num produto fadado ao descarte. Dessa maneira, percebemos o poder da publicidade na reinvenção e em criar valor entendendo a necessidade de seu público. Além disso, a ideia apresentada gera um impacto social positivo, pois é uma forma de incentivar a sustentabilidade e a alimentação saudável do público infantil.
Sou Ana Flávia Rocha, graduanda em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP
Sou Angelo Bezzon, graduando em Administração pela ESALQ/USP
Sou Vanessa Imai, graduanda em Administração pela ESALQ/USP
Sou Victor Neves, graduando em Administração pela ESALQ/USP