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  • Bruno almeida

Arte Artificial: As questões éticas da arte criada por IA que empresas devem levar em consideração

Inteligência Artificial anda revolucionando diversas indústrias e o mundo artístico não é exceção. Contudo, apesar da crescente popularidade de programas que criam arte com poucas instruções, há uma parcela significativa da população que demonstra desgosto as práticas aplicadas por estes programas, trazendo atenção as questões éticas problemáticas que eles tendem a ignorar.


Uma perspectiva comum retratada por críticos é a ausência do toque e esforço humano nas imagens criadas, a chamada “falta de alma”. A arte tradicional é frequentemente valorizada pelas experiências pessoais, emoções e visão única que o artista possuí sobre o mundo, que são incorporadas em seu trabalho, fazendo com que cada criador tenha seu próprio estilo que não é facilmente reproduzido por terceiros. Computadores não são atualmente capazes de imitar este fator humano, reduzindo a arte para uma forma produzida em massa, como uma fábrica de produtos.



Contudo, é possível que você já tenha visto uma figura produzida por inteligência artificial altamente estilística. Então por que críticos afirmam que o computador não pode criar algo com originalidade? Assim entramos em outro problema: o uso dos dados utilizados pelos programas para basear seus algoritmos.

Geradores de imagem de IA são construídos através da inserção de milhões de fotos, imagens e pinturas de diferentes bancos de dados, incluindo a internet, detectando similaridades, categorizando palavras chaves e as correlacionando para criar novas imagens quando o usuário solicita. Contudo, essas imagens muitas vezes são pegas de artistas e fotógrafos sem permissão, vários nem sabendo que suas criações estão sendo utilizadas dessa forma, como revelado pelo código-fonte do programa Stable Diffusion. Mesmo ignorando a problemática dos direitos autorais, é fácil ver como isso pode ser um problema ético, artistas tendo seus trabalhos usados para substituí-los.



Um exemplo controverso e famoso disso é do artista coreano Kim Jung Gi. Reconhecido internacionalmente pelo seu estilo único, altamente detalhado, somente três dias após seu falecimento em outubro de 2022, um usuário do programa Stable Diffusion lançou um modelo capaz de desenhar imagens no estilo do artista. Enquanto alguns viam isso como uma homenagem ao pintor, vários viram isso como desrespeito, uma cuspida em sua cova.

Ao juntar esses fatores, é possível ver como a arte de IA pode criar uma barreira psicológica que impede alguns indivíduos de apreciar ou se conectar com objetos e até empresas que se relacionam com esta nova tecnologia. Na questão do Marketing, empresas devem analisar bem seu público-alvo e comparar os pontos positivos e negativos da possível utilização de imagens geradas por inteligência artificial em suas campanhas.


Enquanto talvez seja possível minimizar as críticas através do destaque da natureza colaborativa do processo, enfatizando o papel dos artistas na moldagem do resultado final, deve-se pensar bem se a repercussão que será gerada, a possível crise de direitos autorais vagos e a perda de reputação entre certos membros do público vale a pena, quando se pode contratar designers e artistas normais e evitar esta confusão.

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