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  • Foto do escritorMarkEsalq USP/ESALQ

Tempestade de lives - Por Isabela Fontana

No cenário de isolamento social, uma prática que já estava presente nas redes sociais tomou proporções ainda maiores: fazer lives, ou transmissões ao vivo. Se antes eram realizadas majoritariamente por influenciadores digitais, mostrando sua rotina aos seguidores, agora, outros indivíduos passaram a aderir, dando origem a uma verdadeira tempestade de lives!



Em ambientes restritos, professores, alunos, líderes e funcionários de empresas tentam, à distância, manter suas atividades o mais próximo possível de como eram feitas anteriormente. Em ambientes abertos, cantores, bandas, DJs e outros artistas, além de jornalistas, chefs de cozinha, paisagistas, personal trainers, instrutores de yoga e meditação, líderes religiosos e espirituais, e até mesmo donos de casa passaram a divertir o público que os acompanha, que pode variar entre apenas alguns amigos e milhões de pessoas.




As lives da quarentena foram completamente dominadas pelos brasileiros, com 7 entre as 10 maiores  audiências. As transmissões ao vivo musicais são as que, de forma geral, estão gerando maior repercussão. No Brasil, as que mais fazem sucesso são as de música sertaneja. No dia 8 de maio de 2020, a brasileira Marília Mendonça bateu o um recorde mundial no YouTube, com 3.3 milhões de espectadores simultâneos. Outros sertanejos que fizeram sucesso foram Joge & Mateus e Gusttavo Lima.


O público de outros tipos de música também acompanharam seus artistas favoritos. As lives do tenor italiano Andrea Bocelli, da dupla Sandy & Junior, do DJ Alok e o grupo coreano de k-pop BTS foram exemplos disso. Além das lives mainstream, tiveram milhares delas voltadas para nichos de mercado, como fãs de pagode, samba ou dos diversos subtipos de rock e música eletrônica. Eu mesma, neste exato momento, estou apreciando uma live do projeto Remember Trance (do estilo full on morning, um subtipo bem específico), com 282 espectadores simultâneos (ou seja, existem lives para todos os gostos).






Tá bom, mas onde entra 0 marketing nisso tudo?


As transmissões ao vivo estão sento utilizadas por esses artistas, como uma estratégia para se aproximarem e criarem uma identificação com seu público. Por se tratar de uma exposição mais informal, na própria casa do artista, sem uma grande produção, como seria em um show ao vivo (só o DJ Alok que se empolgou demais ao projetar lasers azuis pela cidade inteira),  o público se sente mais próximo de seus ídolos, de forma semelhante como acontece com os influenciadores digitais. Essa maior aproximação também gera um maior engajamento, como comentários e compartilhamentos nas redes sociais. Isso faz com que esses artistas sejam lembrados por mais pessoas, com uma maior frequência, o que gera um aumento na audiência de suas músicas e consumo de seu conteúdo em geral.


Aumentam também as oportunidades de conseguir realizar parcerias com empresas de grande porte, que necessitam de influenciadores que atinjam um público amplo (para os artistas de nicho, vale a mesma regra, mas gerando oportunidades de parcerias com empresas que atuam nesses mesmos nichos). Além disso, é esperado que após o término do isolamento social, haja um aumento na demanda por ingressos para suas apresentações presenciais, podendo assim, também passar a cobrar um valor maior. 



Os outros tipos de transmissões ao vivo citadas no começo do texto, como de gastronomia, yoga ou paisagismo, se assemelham aos artistas de nicho de mercado, procurando firmar parcerias com empresas que atendam a esse tipo específico de público. Há ainda aqueles que realizam lives apenas para entreter os amigos, contar como está sendo sua experiência no confinamento, entre outros fins.


Após o fim do isolamento, comenta-se muito sobre a tendência de vários hábitos que adquirimos continuarem, especialmente o que diz respeito à higiene e às atividades à distância. As lives com certeza estarão entre essas últimas, principalmente com o sucesso que conquistaram aqui no Brasil. Pode ser ser que a tempestade de lives acabe juntamente com a quarentena, mas a chuva (ou pelo menos uma garoa) de lives provavelmente nos acompanhará pelo resto de nossa existência!


Sou Isabela Fontana Silva, graduanda em administração pela ESALQ/USP e criadora de conteúdo do grupo MarkEsalq.
19 99195 4375 | isabela.fontana.silva@usp.br
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